Hector H. Munro Saki, em seu livro "Reginald on Besetting Sins", afirma que as mulheres e os elefantes nunca esquecem uma ofensa. Em relação aos elefantes, o autor britânico sabia o que estava falando. Quase um século depois da publicação do livro, observações minuciosas confirmaram que os elefantes, de fato, lembram-se de ofensas e guardam rancor de quem os ofendeu. Um estudo feito nos elefantes africanos descobriu que os animais reagem negativamente quando vêem e sentem o cheiro da roupa usada pelos membros de uma tribo Maasai próxima. Por que esse ressentimento? Os homens Maasai atacam os elefantes com lança como uma forma de mostrar sua masculinidade.
As manadas de elefantes são grupos solidários com interações complexas
Há outras evidências que sugerem que os elefantes também se lembram dos treinadores que os maltrataram mesmo após anos de separação. De forma semelhante, os cientistas associaram os ataques de elefantes a aldeias na Uganda a uma forma de distúrbio de estresse pós-traumático. Os especialistas acreditam que os elefantes atacaram porque a população humana crescente estava dominando seu território, forçando a separação de alguns elefantes de suas famílias.
Há outras evidências que sugerem que os elefantes também se lembram dos treinadores que os maltrataram mesmo após anos de separação. De forma semelhante, os cientistas associaram os ataques de elefantes a aldeias na Uganda a uma forma de distúrbio de estresse pós-traumático. Os especialistas acreditam que os elefantes atacaram porque a população humana crescente estava dominando seu território, forçando a separação de alguns elefantes de suas famílias.
Os elefantes também possuem muitas formas de comunicação. Um método para localizar outros elefantes é por meio dos conjuntos de sensores nervosos em suas patas chamados de corpúsculos de Pacini. Os corpúsculos convertem as vibrações sísmicas do chão em um impulso nervoso, que envia uma mensagem ao cérebro sobre a origem e a direção das vibrações. Até as unhas possuem nervos que distinguem a origem dos sons.
Memória de elefante
Os cientistas não conseguiram medir com exatidão a inteligência dos elefantes. No entanto, durante décadas, especialistas observaram o comportamento dos paquidermes e concluíram que eles estão entre os mais inteligentes do reino animal. Por isso, a teoria de que os elefantes nunca esquecem as coisas é exagerada, mas não está totalmente longe da verdade.
O elefante possui o cérebro com maior massa entre os mamíferos, pesando 4,7 kg em um adulto. Embora não possamos julgar com eficiência o funcionamento de um cérebro com base apenas no seu tamanho, ele pode dar uma boa idéia do poder da memória do elefante. Uma forma convencional de medir a inteligência de um animal é o chamado QE (quociente de encefalização), que compara o tamanho real do cérebro de um animal com o tamanho que os cientistas projetariam para se basear no peso do corpo. Para entender melhor essa medida, pense em uma maçã e em um abacate. As duas frutas têm relativamente o mesmo tamanho; porém, uma maçã possui sementes minúsculas, enquanto o caroço de um abacate parece uma bola de golfe.
A lógica é que quanto menor a relação entre o cérebro e a massa corporal (lembre-se do exemplo da maçã), mais irracional será o animal e vice-versa. Por exemplo, as pessoas têm um QE médio acima de 7, enquanto os porcos apresentam um QE de aproximadamente 0,27.
Nessa escala, a medida dos elefantes é relativamente alta, chegando a uma média de de 1,88 nas espécies cruzadas. Fazendo uma comparação, os chimpanzés apresentam um QE de 2,5. Os elefantes fêmeas, líderes das manadas, geralmente têm QEs superiores aos dos machos. Isso provavelmente está associado à estrutura social matriarcal das manadas de elefantes. Estudos também descobriram que as fêmeas mais velhas apresentam sinais de superioridade da memória, alertando o grupo quando surge algum perigo ou quando reconhecem um local antigo de pastagem.
A região olfativa do cérebro de um elefante é extremamente desenvolvida em relação a seus outros sentidos. Os elefantes conseguem distinguir o odor da urina de até 30 parentes fêmeas, mesmo que tenham ficado separados durante anos. Essa característica ajuda os elefantes a permanecerem juntos ao viajarem em grandes bandos, sendo a urina um guia para o olfato.
Embora as memórias utilitárias dos elefantes os ajudem a guardar informações essenciais de sobrevivência, elas também permitem que esses animais reconheçam o passado. Os elefantes apresentam sinais de sofrimento em relação à morte de parentes, como tocar suavemente os cadáveres com a pata e acariciar os corpos com a tromba. Em um experimento em que foram mostrados diferentes conjuntos de objetos a uma família de elefantes, a reação do grupo foi evidente em relação aos ossos e às presas pertencentes a um parente.
A memória de um elefante não armazena todos os detalhes de cada estímulo já encontrado. O cérebro codifica o que é necessário para a sobrevivência, como o local do alimento e a identificação familiar, da mesma forma que nossos sistemas de memória de curto prazo descartam seletivamente dados ou os transferem para nosso armazenamento de longo prazo. E assim como aqueles momentos que têm um forte impacto em nossas vidas, o conteúdo das memórias funcionais dos elefantes é preservado para recuperação futura.
Curiosidades sobre os elefantes
Os elefantes comem de 72 a 158 kg de comida por dia.
Os bebês elefantes pesam cerca de 90 kg quando nascem.
As presas dos elefantes são feitas de dentina, cálcio e sal.
A expectativa de vida de um elefante é de 80 anos.
Os elefantes usam mais de 70 vocalizações e 160 sinais visuais e táteis para se comunicar diariamente.
Quando um elefante morre, todos os membros de sua manada param junto do defunto e parecem inspecioná-lo com a tromba, como se prestassem uma última homenagem. Além disso, o parente mais próximo do falecido segue o grupo de longe por alguns dias, numa espécie de manifestação pública de luto.
Os elefantes têm, sim, uma excelente memória. Mas não é pelo fato de ele ter a cabeça grande (seu cérebro pesa 5,4 quilos). Acredita-se que isso se deva, em parte, à sua longevidade, de até 80 anos! Vivendo tanto assim, ele acaba memorizando mais.
As orelhas dos elefantes são sua “impressão digital”. As abas enormes têm não apenas formas únicas mas cavidades e riscas inconfundíveis.
A comprida tromba (que corresponde ao nariz e lábio superior) pesa cerca de 140 quilos. Entre outras coisas, este “narigão” permite que ele fareje água a uma distância de quase 20 quilômetros!